Este domingo foi o ultimo dia da 13° edição do Anime Friends e as editoras JBC , NewPop , Nova Sampa e Panini realizaram uma mesa redonda para discutir com o publico o cenário do mercado de mangás brasileiro neste primeiro semestre.
O primeiro tópico discutido foi à avaliação do primeiro semestre de cada editora. Cassius Medauar (representante da JBC) disse que a primeira metade de 2016 foi difícil e por esse motivo à editora esta fazendo diversos estudos e mudanças em suas publicações.
Já para a Panini (representada por Beth Kodama), o primeiro semestre foi bom e que eles estão orgulhosos por terem lançado obra como One Punch-Man e Vagabong. Segundo Beth, a tendência é que no futuro (mesmo com a crise) as coisas melhorem para a Panini, além de que haverá novos lançamentos no momento em que outros já estão acabando.
Infelizmente nem todos tiveram um bom inicio de ano. O representante da Nova Sampa, Douglas, disse que estes primeiros seis meses foram péssimos para a editora. Segundo ele, a editora sentiu o impacto do dólar no preço do papel e isso complicou para manter o preço atual dos mangás da Nova Sampa.
Para o representante da NewPop, Junior Fonseca, este inicio de ano foi de mudança para a editora devido ao novo modo de distribuição de seus mangás (focada mais em lojas especializadas e lojas online) e as vendas aumentaram boas graças a este novo modo de logística.
Como todos os representantes das editoras já haviam citado sobre a crise, o tema seguinte da mesa foi justamente o quanto a crise afetou na escolha de novos títulos.
Cassius disse que a crise não afetou na escolha dos tipos de títulos escolhidos, mas a quantidade de volumes foi um fator determinante na escolha de novas obras. Ele disse também que a JBC tem trabalhado na plataforma digital (o Henshin Drive) durante este ano e que haverá títulos que serão lançados só na plataforma digital, outros só em formato físico e alguns nos dois formatos.
Para a Panini é levado em conta os pedidos do publico, mas a editora também realiza pesquisas de mercado para avaliar a chegada de novas obras. Segundo Beth, o tempo para o lançamento de novas depende do resultado destas pesquisas e deu como exemplo o lançamento de One Punch-Man, que seria lançado inicialmente no Anime Friends, mas foi adiantado devido à demanda do publico.
Já para a editora Nova Sampa a crise afetou bastante e, segundo Douglas, a editora acumulou bastante coisa, mas que tudo ira mudar no segundo semestre. A NewPop não sentiu tanto a crise, já que as mudanças nela já estavam acontecendo.
Relacionado: Panini | Yokai Watch, Sakamoto Desu Ga e Dr. Slump são anunciados pela editora em sua palestra no Anime Friends
O tema seguinte da mesa redonda foi uso de marketing nos mangás e para Beth o uso deste artificio é caro, que reflete não só nas vendas, mas também na imagem da empresa. Porem ela admite que gostaria de fazer o uso deste artificio mais vezes.
Já para Douglas, a Nova Sampa já realiza atualmente um marketing através de foco digital, participando de eventos e fazendo parcerias. Porem Junior disse que a NewPop deseja atingir outros públicos e por esse motivo foi realizada ações em escolas apresentando as obras 1 Litro de Lagrimas e Helena, e ressaltou que é importante alcançar um novo publico sempre.
Para Cassius é bom alcançar novos públicos e cita que Super Onze teve campanha em torneiros de futebol, porem ele acredita que o mais importante se focar dentro do nicho.
Como o lançamento de animes em mídias digitais oficiais (como Crunchyroll ou Netflix) esta em alta atualmente, o tópico seguinte foi sobre como as editoras estão ganhando com novos animes através de serviços de streaming.
Para, Cassius e Junior concordaram que isso ajuda nas vendas das series. Porem, o representante da JBC ressalta que não existe uma cooperação direta entre as editoras e as mídias oficiais (principalmente a Netflix).
Relacionado: Crunchyroll anuncia que ira entrar no mercado de Home-Vídeo em seu painel no Anime Friends
O tema distribuição voltou a ser tocado no bate papo entre as editoras e o representante da New Pop disse que deixar de colocar os mangás da editora nas bancas foi difícil, mas que o resultado esta sendo positivo. Junior ressaltou que colocar as obras nas bancas é caro e que a saída fez a New Pop economizar na tiragem e organizar melhor o seu estoque.
Já Cassius disse que sempre foi difícil à distribuição no Brasil e que uma das medidas que a JBC utiliza para não depender das bancas é realizar assinaturas e distribuição em lojas especializadas. A editora também possui planos para o lançamento de uma loja própria, que atualmente esta em estagio final de desenvolvimento.
O mediador da mesa redonda chegou a perguntar se algum dos representantes das editoras JBC, Nova Sampa, NewPop e Panini gostariam de fazer o anuncio de uma nova obra, mas eles apenas ressaltaram as informações das obras já anunciadas anteriormente.